Seus dados estão na internet. Nome completo, CPF, RG e endereço de e-mail. Algum serviço que você usa necessitou dessas informações. Mas é possível remover todo o registro na web?
Tecnicamente, a ação é difícil. “Os dados já foram compartilhados com vários fornecedores e parceiros de uma plataforma ou serviço de internet. No caso do Facebook, eles podem estar circulando sem o conhecimento da própria rede social”, explica Renato Leite Monteiro, professor de direito digital da Universidade Presbiteriana Mackenzie e co-fundador da Data Privacy Brasil.
A boa notícia é que você pode pedir às empresas a remoção das informações. No entanto, não há garantia de que eles sumirão. A tarefa de removê-los, mesmo com ações judiciais, não apagam todos os registros. “Há sites que servem apenas para replicar as informações. Você pode até judicialmente pedir ao Google ou Facebook para apagar seus dados, mas ninguém garante que eles não estejam alocados em outras redes”, avalia.
Para evitar que suas informações passeiem livremente na web, são sugeridos alguns cuidados. “Pare de sair compartilhando dados em serviços que você não conhece. A ideia é limitar o compartilhamento do que é essencial”, diz Renato. Sabe os quizzes que rolam soltos na internet? Aqueles que falam de “Como você seria daqui a 10 anos”? Esqueça-os. Analisam seu comportamento e não dizem nem a finalidade”, critica Renato.
Aplicativos que solicitam registros de fotos e outros acessos do celular precisam ser evitados. No caso dos computadores, o indicado é bloquear cookies e rastreadores. “É um bom caminho para evitar que seus dados sejam mais expostos”, avalia Bruno Bioni, vogado do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR e pesquisador da Rede Latino-Americana de Estudos sobre Vigilância, Tecnologia e Sociedade (Lavits).
Navegação anônima ajuda a evitar a rastreabilidade dos dados? Também não. Faz tempo que esse mecanismo não é suficiente. “As empresas se valem de tecnologia e violam os dados do usuário. Há alguns anos, o Google foi multado porque quebrou a própria política de privacidade, rastreando as pessoas de modo anônimo”, lembra o especialista.
APAGUE SEU RASTRO VIRTUAL
1 – BUSCADORES
O primeiro passo é rastrear a si mesmo em buscadores como Google, Yahoo e Ask, por exemplo. Com isso, mapear todo o conteúdo que está exposto sobre você na web. Ao encontrar algum conteúdo que não deve mais estar à disposição de todos, entre na plataforma onde ele foi inserido e realize a limpeza.
2 – VERIFIQUE MENSAGENS ESCRITAS
Entre em todos os perfis de redes sociais e chats que costuma e verifique as mensagens que foram escritas por você. É possível que encontre muita coisa que já não interessa atualmente estar à disposição. Leve em conta que, mesmo utilizando um nome fictício, um avatar, algumas pessoas podem ser capazes de relacioná-lo a você e utilizar essas informações com o objetivo de te expor ou prejudicar.
3 – CONFIRA A EXCLUSÃO DEFINITIVA
Caso tenha decidido apagar o seu rastro de algum site ou rede social, certifique-se de que não está fazendo uma exclusão temporária do perfil. Em algumas situações, é necessário fazer um pedido formal de exclusão definitiva dele. Por exemplo, ao cancelar sua conta no Facebook e Twitter, confira se nos buscadores não aparecem resultados com algumas cópias do conteúdo.
Fonte: Especialistas Renato Leite, Bruno Bioni, Fernanda Canevari e site Tecmundo
ÁTILA VARELA
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